sexta-feira, 30 de março de 2007

O tal do Pan

Quando o Rio foi escolhido para sediar os jogos panamericanos este ano eu fiquei bastante animado. Ver um evento esportivo desse porte acontecer no Brasil vai ser muito legal, com certeza. De repente até irei assistir alguma competição, e não ficar só na TV. Mas há algum tempo minha empolgação começou a dar espaço ao medo e à desconfiança.
Assim que se anunciou o Pan no Brasil procurei saber sobre o concurso de arquitetura que seria realizado. Claro, em todos os grandes eventos com construções monumentais é normal que aconteçam concursos de projetos de arquitetura, como uma maneira de elevar o nível do espaço construído e trazer a discussão sobre a arquitetura do evento para a sociedade. É dessa forma que acontece nos países desenvolvidos, e é como a lei recomenda que seja aqui no Brasil, mas no Rio não foi assim. Apesar de ser uma ocasião única, foi tudo feito do jeito que se faz quase toda licitação pública: quem ofereceu o menor preço, levou a obra. E o resultado dessa economia porca está se mostrando hoje: obras atrasadas; mais e mais verbas extras sendo liberadas, pois perceberam que os custos estimados - aqueles, baratinhos, que ganharam a licitação - são maiores do que se imaginava; falta de projetos urbanísticos e planejamento para integração dos espaços de competição com a cidade; e até mesmo agressão ao patrimônio histórico.
Espero que para o futuro o Brasil aprenda com casos como este, e passe a valorizar sua arquitetura e seus arquitetos. Mas espero principalmente que o Pan corra bem, e nenhum fiasco venha a reforçar a imagem de desorganizado que o carioca tem no Brasil.

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